Finanças pessoais: um guia para te levar a um outro nível

Categoria:
finanças pessoais e educação financeira

Certo dia você vai perceber que tem algum dinheiro parado na conta e não sabe o que fazer. Será que existe alguma forma de fazê-lo multiplicar ao invés de deixar parado na conta? Ai você entra no Google e procura uma forma de que tá altos rendimentos.

Pronto. Momentos depois você está estudando Day Trade e entrando numa pirâmide financeira.

Parece brincadeira, mas assim foi meu início. Sorte minha que não operei Day Trade. Sorte.

Tem muita informação na internet, mas muitas vezes você precisa daquele empurrão inicial com um direcionamento adequado. Sem muita enrolação.

Se você não tem a certeza de quais são os seus próximos passos? Este guia de finanças pessoais é para você.

Finanças pessoais também é sobre sentimento

Vamos direto ao ponto. Tudo o que queremos fazer é sentir melhor com o nosso dinheiro. Sabe aquele incomodo com o dinheiro parado?

Sim, sentimentos. O dinheiro é sobre sentimentos. Por isso, para muitos de nós, é uma fonte de stress e ansiedade, antes de mais nada.

São os sentimentos negativos que empurram para fora os bons. Idealmente, gostaríamos de estar num cenário e controle, conhecimento e de abundância.

Um estudo feito no final de 2022 revelou que 93,8% dos brasileiros passa por algum estresse financeiro. Dá para imaginar o quanto de gente está sofrendo por não ter educação financeira?

E mais, não coloquei na conta que mais da metade dessas pessoas relataram problemas de saúde motivada por preocupações com o dinheiro.

Por isso, construir uma boa educação financeira vai te trazer bem-estar financeiro.

Qual a causa disso tudo?

  1. Será porque não existe uma disciplina de finanças pessoais na escola?
  2. Quem sabe porque fomos educados numa família que “não falava de dinheiro”?
  3. Será porque nunca tivemos o hábito de poupar?
  4. Ou são as histórias que ouvimos nos meios de comunicação social ou de amigos que afetam a nossa tomada de decisões?
  5. É por que a sociedade sempre focou no consumo e valorização de quem “mostra o que tem”?

A resposta é: pode ser. Há muita história que te impactou.

Mas a boa notícia é que, a sua história com a educação financeira não vai determinar o seu futuro. Só se você continuar repetindo esse padrão antigo. Vamos a partir de já começar a seguir em frente.

Simples, finanças pessoais é uma habilidade que se pode aprender. Assim como andar de bicicleta, jogar bola e nadar.

Sim, é possível.

Primeiro, precisamos observar a nossa volta. É natural que:

  • Pessoas tenham carros que não podem pagar;
  • Pessoas que tomam empréstimos que não conseguem gerir;
  • Pessoas que mostram o que não são só para ser notado por quem não a considera de verdade.

Uma coisa é fato, gastar mais do que ganha é uma realidade não só de quem está na pobreza, mas de muitos brasileiros que tem o suficiente e ainda assim extrapolam. Porque finanças não é só sobre dinheiro: é sentimento, hábito, comportamento.

Finanças Pessoais é uma habilidade que você pode dominar

Já falei e vou repetir, não é porque você está hoje mal financeiramente que esse cenário irá se perpetuar. Não é porque você está na poupança que esse é o seu investimento para a vida.

Como qualquer outra habilidade, você pode melhorar. Mas como experimentar algo novo como um esporte, cozinhar ou pintar, vai ser fácil deixar tudo a perder e dizer que é tudo difícil. Que as coisas não são como parecem e que isso não é para você.

Sim, mas que habilidade é essa? É saber para onde foi o seu dinheiro, para onde está hoje e para onde irá amanhã. Ter a compreensão, o plano e os pensamentos sobre o que queres fazer com o teu dinheiro e porquê.

E agora vem o pulo do gato.

Tudo o que lhe ensinarem ou tudo o que aprenderem sobre dinheiro pode ser aplicado para o resto da sua vida.

Isso quer dizer que não importa se está reduzido aos seus últimos 100 reais, se fez um investimento horrível há 10 anos ou se congelou por medo de tomar a decisão errada.

Apenas ao ler esta página você começa a crescer e a aprender a tornar-se alguém com controle da sua vida financeira e confiante com o seu dinheiro.

 

Leia mais: Entenda se o Tesouro RendA+ pode te ajudar na busca da independência financeira

 

Pode ser divertido

Gastar dinheiro é pode ser divertido.

Sim, é uma chatice pagar contas e ver o que entra e o que sai, mas se começar a ser deliberado, então pode tornar-se algo com que se aprende e se desfruta.

Boa parte dos brasileiros infelizmente vivem de salário em salário e não conseguem se planejar apenas são pagadores de boletos.

Outras, ficam nervosas quando o assunto é em gastar dinheiro (tenho um desses na família, hahaha). A mentalidade de escassez de “não estou preparado para desperdiçar este dinheiro em algo” é óbvia e impede as pessoas de encontrarem verdadeiramente prazer.

É como se fosse uma perda toda vez que o dinheiro sai da carteira ou da conta bancária. Assim, a melhor forma de driblar esse sentimento é com planejamento. Está definido que são 400 reais de delivery no mês, vai lá e gasta tudo. Tem mais 500 de lazer, vai na fé.

Sabe como eu gosto de usar o dinheiro: com experiências. Isso vai te deixar muito mais feliz. E não apenas que estou te dizendo. A ciência está do meu lado.

Nesse sentido, a Universidade da Pensilvânia nos Estados Unidos publicou um estudo que mostra que gastar dinheiro em viagens, entretenimento, atividades ao ar livre e restaurantes deixam a pessoa mais felizes do que gastar com coisas.

Isso tem um motivo, nossas lembranças de momentos felizes duram muito mais do que a felicidade de compra sobre um objeto. Comprar alguma coisa libera dopamina de forma instantânea e forte no momento, mas depois não te dá mais que isso.

Por isso, muitas vezes nos arrependemos momentos depois de comprar algo que não fazia muito sentido.

A forma como se sente em relação ao dinheiro pode mudar (para melhor)

Um dos principais problemas que muitas pessoas negligenciam em relação ao dinheiro é a sua mentalidade.

Assim, somos condicionados mentalmente desde cedo e essa programação se desenvolve ao longo da nossa vida. Nossos pais, familiares e amigos têm influência sobre a forma como pensamos sobre dinheiro.

Embora talvez você tenha vindo de uma família pobre que lutou muito para se educar financeiramente. Talvez sua família tenha se saído bem financeiramente, mas nunca falaram sobre dinheiro, então você não tem ideia de como as coisas funcionam.

Por isso, sem fazer nenhum esforço, nosso ambiente nos ensina tudo o que sabemos sobre finanças pessoais. Nossa mentalidade é moldada individualmente. Talvez tenhamos opiniões financeiras mais diversas possível sobre propriedade, dívidas, férias, entre outros.

Infelizmente, as escolas não oferecem aulas de finanças pessoais. Não somos ensinados a lidar com dinheiro desde cedo, mas somos obrigados a fazer uso dele.

Dessa forma, o que você pode fazer é refletir sobre seus bloqueios ou receios em relação ao dinheiro e trabalhar em sua mentalidade financeira. A sua mentalidade é reflexo dos seus hábitos. Atenção aos hábitos!

Outra dica valiosa, olhem para seus pais, como eles se comportam com o dinheiro? O que vocês tem de semelhante? Qual foi o upgrade que você já deu em relação a eles? O que você quer evitar? O que você quer replicar? Quais são os hábitos financeiros deles?

Por fim, peçam um conselho para lidar melhor com suas finanças para seus pais ou sua referência paterna e materna e vejam como eles te explicam essa gestão. Faça uma crítica interna sobre as falas.

Primeiro andar, depois correr. Não o inverso.

objetivos financeiros na educação financeira

Não precisa se preocupar com taxas de juros ou ofertas de novos cartões se não souber quanto pode poupar por mês. Eu atendi um caso que a pessoa estava endividada e ela me perguntou se investir em Bitcoin era realmente bom porque ela estava pensando sobre isso.

Como posso correr, se ainda não sei nem andar?

As finanças pessoais básicas provêm de três habilidades – ganhar, gastar de forma inteligente e poupar/investir.

Rever as suas capacidades em cada uma destas áreas é o seu primeiro passo.

O que pode fazer em relação a isso: Aqui estão algumas perguntas simples para as quais deve saber as respostas:

  • Quanto eu ganho?
  • O que estou a fazer para progredir na minha carreira e no meu potencial de ganho?
  • Quanto é meu gasto mensal?
  • Qual é a minha maior despesa, top 5?
  • Em que quero gastar mais/menos?
  • Dívidas? Quais as maiores taxas de juros que tenho.
  • Qual é o seu processo de poupança? (juntar dinheiro)
  • Tenho metas para cumprir alguns objetivos a curto, médio e longo prazo?
  • Possuo alguma habilidade que posso rentabilizar?
  • Que investimentos eu faço hoje? Estão de acordo com meus objetivos?

Saiba a sua realidade. Coloque tudo no “papel” e acompanhe.

Pense macro e não micro

Para ‘voltar ao caminho do bem’ com o seu dinheiro, muitas pessoas concentram-se nas pequenas coisas: corte de cafés, cancelando assinaturas, se privam de um lazer necessário, etc.

Já tá difícil ser liso e ainda ficar doido é demais!

Embora seja ótimo poder fazer mudanças como essas em nome da melhoria das suas finanças, há pouco ganho ao melhorar a sua riqueza global.

Em vez de se preocupar com as pequenas coisas, concentre-se nas grandes vitórias.

  • Obter uma taxa melhor no seu financiamento, ou negociar o aluguel;
  • Abra mão de coisas que não tem a ver com seu objetivo atual;
  • Foque nas despesas que impactam de verdade seu orçamento;
  • Crie um hábito financeiro positivo;
  • Financiamentos são bons para o banco, veja os estritamente necessários;
  • Cartão de crédito é para quem sabe usar.

É difícil porque não pensamos nelas quase o suficiente enquanto fazemos as pequenas coisas. Se começarmos a passar tempo a pesquisar, a compreender e a aprender como podemos atacar as grandes vitórias, elas tornam-se mais fáceis.

O que se pode fazer quanto a isso:  Ninguém enriquece cortando um café com leite, pense numa grande vitória que pode investigar e tornar realidade este ano.

Resolva os seus problemas gastando menos do que ganha

orçamento financeiro, despesas e receitas finanças

Você pode ter ouvido isto muitas vezes, mas quero realmente que compreenda como é importante.

Gastar é a nossa solução padrão para um problema. Precisa de ficar em forma? Primeira coisa que pensamos é: “Não tenho roupa para a academia”. A casa está pequena? Vamos comprar uma maior. O carro já tem alguns anos? Porque não financiar um que a parcela caiba no bolso.

Seja realista naquilo que pode pagar e tenha os meios para comprar. Se precisar financiar alguma coisa dê alguns passos para trás e pense, não sobre a parcela caber, mas sobre o valor global.

Ficamos presos a dívidas porque queremos coisas que não podemos pagar. Fazemos empréstimos para casas, carros, telefones, ou viagens pensando que podemos pagar na volta. Mas ai a vida acontece e os imprevistos vem e complicam tudo.

Você dorme em Londres e acorda pagando o mínimo do cartão. A única bola de neve que desejamos é a dos juros compostos para o bem (investir). Os juros compostos para o mal (dívidas) não passamos nem perto.

Outro problema bastante comum não é que gastemos mais do que ganhamos, mas que nem sequer o sabemos ou não o sabemos!

Pouquíssimas pessoas sabem, escrevem e já tomaram consciência da sua situação financeira.

Escreve ai o que tu ganha e como tu gasta.

“E ai, fora do Instagram tu tá bem?”

O sucesso não significa fazer mais

Ser realmente bom com dinheiro não significa estar realmente avançado. Investir sofisticado, criptomoedas, múltiplos cartões e contas, trusts familiares, opções, derivativos não é ser bom com dinheiro. Ser bom é fazer o feijão com arroz.

Pode ser que você passe a vida toda investindo em ativos de renda fixa e nunca chegue perto de uma ação. Tudo depende da sua situação.

Menos é mais. O objetivo é reduzir o máximo possível a confusão financeira.

Quem anda com porco, farelo come

Tomar medidas é desconfortável, especialmente se não se quiser saber os resultados. Enquanto encontra o seu caminho e se motiva para seguir em frente e positivamente, pense naqueles que estão à sua volta.

Amigos, família, colegas. Estes são tipos de pessoas que podem influenciar quem você é e no que se torna a sua mentalidade de dinheiro. Os seus colegas falam sempre sobre carros novos ou casas. O foco é mostrar o que tem e te forçar a seguir o mesmo caminho?

O que queremos é o sentimento (olha ele aqui de novo) de pertencimento. Se no seu grupo familiar, de amigos ou do futebol o foco é o carro do ano, é provável que fique inclinado a ter um.

Isso é errado? Não. Mas você realmente precisa disso agora ou quer ser aceito ali?

É possível mudar isto e girar lentamente para que se possa criar um ambiente positivo para se viver.

Não quero que deixe o seu emprego ou corte os laços com amigos, mas comece a tomar nota de quem na sua vida cria um espaço positivo ao discutir dinheiro. Passe mais tempo com eles.

Cuidado com os golpes financeiros

No início o que te leva a investir é ganhar mais. Queremos ganhar mais de forma rápida, e ai mora o perigo.

Dica prática para não entrar em ciladas: não acredite em ganhos estratosféricos. Se um dos maiores investidores do mundo Warren Buffett conseguiu a marca de 20% ao ano, por que você que chegou agora vai ter rendimento de 5% ao mês.

Leve isso no bolso e vai te tirar de 99% dos golpes financeiros.

A ganância pode te levar a perder tudo. Se seu tudo hoje é pouco, o custo do aprendizado vai ser barato. Pense nisso.

 

 

Gustavo Dourado

Compartilhe nas redes sociais

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Twitter

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *