Entenda as razões por trás da elevação da taxa básica de juros, como isso afeta o seu bolso e o que fazer dos seus investimentos.
Em 29 de janeiro de 2025, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu, de forma unânime, elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, passando de 12,25% para 13,25% ao ano.
Esta decisão marca a quarta alta consecutiva e reflete os esforços contínuos para conter a inflação persistente no país.
Sumário
ToggleMotivações para o Aumento da Selic
A principal função da taxa Selic é servir como ferramenta de controle da inflação.
Quando a inflação está acima da meta estabelecida, o Banco Central utiliza o aumento da Selic para desestimular o consumo, encarecendo o crédito e, consequentemente, reduzindo a demanda por bens e serviços.
Atualmente, o Brasil enfrenta uma inflação acumulada de 4,5% nos últimos 12 meses até meados de janeiro, ultrapassando a meta oficial de 3%.
Fatores como o aumento dos gastos governamentais, um mercado de trabalho aquecido e a desvalorização do real frente ao dólar contribuíram para essa pressão inflacionária.
Impactos na Economia
O aumento da Selic tem efeitos diretos e indiretos na economia:
Crédito e Consumo: Com a elevação da taxa básica de juros, empréstimos e financiamentos se tornam mais caros. Isso tende a desestimular o consumo e o investimento por parte das empresas e dos consumidores, podendo levar a uma desaceleração econômica.
Investimentos: Títulos de renda fixa atrelados à Selic, como o Tesouro Selic e CDBs pós-fixados, tornam-se mais atrativos, oferecendo retornos maiores aos investidores. Por outro lado, investimentos em renda variável podem sofrer devido à migração de recursos para opções mais seguras.
Câmbio: Juros mais altos podem atrair capital estrangeiro em busca de rendimentos maiores, o que poderia valorizar o real. No entanto, a desconfiança em relação à política fiscal do governo e o aumento da dívida pública podem neutralizar esse efeito.
Efeitos nos Seus Investimentos
Para os investidores, a elevação da Selic traz oportunidades e desafios:
Renda Fixa: Investimentos como Tesouro Selic, CDBs e LCIs/LCAIs se tornam mais rentáveis. Por exemplo, um CDB de um banco médio pode oferecer um rendimento real (descontada a inflação) de aproximadamente 6,86% ao ano
Poupança: A caderneta de poupança, que possui rendimento fixo de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) quando a Selic está acima de 8,5%, passa a render cerca de 6,17% ao ano, o que pode ser menos atrativo em comparação a outras opções de renda fixa.
Renda Variável: O mercado de ações pode enfrentar volatilidade, já que investidores podem migrar para a renda fixa em busca de maior segurança e rentabilidade.
Perspectivas Futuras
O Copom já sinalizou a possibilidade de um novo aumento de 1 ponto percentual na próxima reunião, em março de 2025, o que elevaria a Selic para 14,25% ao ano.
Analistas do mercado financeiro projetam que a taxa possa atingir até 15% ainda este ano.
Conclusão
O aumento da taxa Selic para 13,25% reflete os esforços do Banco Central para controlar a inflação e manter a estabilidade econômica.
Para os investidores, é um momento de reavaliar estratégias, considerando as novas dinâmicas do mercado e buscando equilibrar rentabilidade e segurança nos investimentos.
Com a Selic em alta a Renda Fixa fica muito atrativa e confortável já que é possível encontrar título pagando 16% ao ano de juros.
Entretanto, o mercado de ações sofrendo com as altas taxas vem mostrando excelentes oportunidades com empresas já sendo negociadas com desconto de 20% do seu patrimômio.