Com a queda da taxa Selic, muitos investidores se perguntam qual o momento correto para ajustar meus investimentos?
A taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia brasileira, tem grande influência sobre os rendimentos dos investimentos.
Com a queda projetada da taxa Selic, ainda é possível encontrar boas rentabilidades na Renda Fixa e surfar o bom desempenho da Renda Variável.
Entretanto, o ajuste nem sempre é necessário, se a estratégia estiver bem definida.
O que é a taxa Selic?
Antes de mergulharmos no impacto da queda da Selic nos investimentos, é importante entender o que é a taxa Selic.
A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e serve como referência para diversas operações financeiras.
É utilizada como instrumento de controle da inflação, é um termômetro para o desenvolvimento do país e também influencia no desempenho dos investimentos.
Cenário positivo para Renda Fixa e Renda Variável
Logo de início, é preciso mencionar que a queda da Selic aconteceu como o previsto pelo mercado.
Mas ainda assim a taxa estará em patamares elevados nos próximos anos.
O Boletim Focus que traz um consenso de mercado, estima que a Selic termine o ano em 12%, que em 2024 seja de 9,25% e no no seguinte 8,75%.
Por isso, ainda vamos ter por alguns anos uma Selic elevada, o que é um ambiente favorável para quem tem ou quer ter Renda Fixa na carteira.
Por isso, nada de desespero, não é momento abandonar a Renda Fixa e migrar para a Renda Variável.
Visto que o ambiente ainda é favorável para as duas classes de ativos.
Dessa forma, o cenário ideal é manter uma carteira diversificada e fazer aportes constantes em ambas as classes.
Bolsa de Valores positiva e com boas expectativas
Com a tendência na redução da taxa de juros, as ações e fundos imobiliários na Bolsa de Valores brasileira deram um salto nos últimos meses.
Ao abandonar o pessimismo com o atual governo, o mercado de Renda Variável vem apresentando resultados muito positivos.
Juros menores incentivam o crédito no mercado de imobiliário.
Assim como impulsionam empresas em todo país.
Além disso, o valor futuro das empresas aumenta consideravelmente, por conta de uma taxa de desconto menor.
Analisando todo o cenário, um ponto positivo, apesar do salto recente, a Bolsa ainda se encontra em um dos patamares de P/L mais baixos de sua história.
Se algumas incertezas foram despachadas, é provável que meses de bonança ainda venha pela frente.
Impacto da queda da Selic nos investimentos em Renda Fixa
Títulos do Tesouro Direto
Os títulos do Tesouro Direto também são impactados pela queda da Selic.
Títulos pós-fixados, como o Tesouro Selic, tendem a ter rendimentos mais brandos quando a taxa básica de juros cai.
Por outro lado, títulos prefixados podem se beneficiar de uma taxa Selic mais baixa, pois seus rendimentos já estão definidos.
Além disso, os prefixados e os títulos híbridos (IPCA+) possuem marcação a mercado.
Assim, com a redução dos juros acima das expectativas é possível ter uma boa rentabilidade com os títulos do Tesouro Nacional.
CDB
Os Certificados de Depósito Bancário (CDB) e Recibos de Depósito Bancário (RDB) são produtos de Renda Fixa emitidos por bancos.
Com a Selic em queda, a rentabilidade dos produtos atrelados ao CDI podem diminuir.
Isso ocorre porque o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) tem uma relação muito próxima com a Selic.
Mas ainda podem oferecer rendimentos interessantes quando comparados à poupança.
LCI e LCA
As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) também podem ser influenciadas pela taxa Selic.
Esses investimentos são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas e podem ter seu rendimento reduzido caso sejam atrelados ao CDI.
O que ocorre aqui é o mesmo caso dos CDBs.
De todo modo, os produtos de Renda Fixa ainda continuam atrativos, não há motivos para ficar buscando o que está subindo mais.
Renda Variável mostra que está mais viva do que nunca
Com a expectativa de queda da taxa Selic, os investidores precisam diversificar para minimizar os riscos e aproveitar ambos os cenários.
Ações
Apesar do recente movimento de alta do índice Ibovespa que representa o mercado acionário brasileiro, investir em ações continua sendo uma opção interessante.
A escolha de bons ativos pode levar sua carteira a outro patamar.
Entretanto, é importante lembrar que ações também possuem maior volatilidade e risco.
Além disso, é preciso sempre adequar a sua carteira de investimentos para que ela faça sentido com seu momento de vida.
Por isso, se vai investir em ações tenha ao menos 10 anos de horizonte temporal.
Nesse período pesquisas mostram que é pouquíssimo provável perder dinheiro nesse mercado.
Ações do exterior
No exterior, principalmente nos Estados Unidos, as ações também tiveram uma alta recente.
O índice S&P 500 com alta de mais de 15% e o Nasdaq que possui o foco em tecnologia mais de 30% só em 2023.
Apesar da alta, o cenário ainda requer cuidado, a inflação nos Estados Unidos ainda está sob os olhares dos investidores.
Os juros no país estão no maior patamar dos últimos 22 anos.
Nesse cenário de incertezas, ainda é possível investir em excelentes empresas ainda descontadas.
Fundos Imobiliários
Outra classe de ativos que teve uma alta recente foram os fundos imobiliários.
Atualmente, é mais difícil encontrar fundos que ainda estejam negociando abaixo de seu valor patrimonial.
Entretanto, ainda nesse cenário, os fundos imobiliários (FIIs) podem ser uma alternativa interessante para quem busca renda passiva e exposição ao mercado imobiliário.
É preciso analisar com mais cuidado os fundos que a partir de então, devem entrar na sua carteira.
Cenário externo ainda com algumas indefinições
Ainda é preciso avaliar como as economias da Europa e dos Estados Unidos vão reagir frente aos dados de inflação persistentes.
Nos Estados Unidos, o Fed (quem diz para onde a taxa de juros vai) ainda não conseguiu dar um sossego com sinais de queda nas taxas lá.
Além disso, as empresas desses países estão sob o foco dos investidores.
Assim, os dados reportados por elas serão um espelho de como a economia vai se comportando, frente a esses cenários desafiadores.
Ademais, ainda estamos passando por um tempo de guerra e além das questões da Ucrânia e Rússia não estarem resolvidas, o Putin ainda tem flertado com o perigo com ameaças a Polônia.
SELIC CAINDO, qual o momento correto para ajustar investimentos?
Com esse misto de cenários, a diversificação da carteira de investimentos ganha ainda mais importância.
Assim, diversificar os investimentos é fundamental para reduzir os riscos e maximizar os retornos em diferentes cenários econômicos.
Mais do que isso, é quase que impossível adivinhar o melhor momento do mercado.
Pesquisas mostram que manter-se no mercado é muito mais rentável do que tentar acertar os melhores dias.
Um exemplo clássico é analisando o mercado de ações americano.
Se você se mantivesse investido entre 2006 e 2021 no índice mais conhecido de lá (S&P 500) teria tido uma rentabilidade de 10.66% ao ano.
Já se tivesse perdido os 10 melhores dias do mercado nesse período, seu retorno seria de 5,05% ao ano.
Entenda, são apenas 10 dias em 15 anos.
Dá para ver que manter-se vivo é melhor do que tentar adivinhar o melhor momento.
Esqueça se você quer emoção nos investimentos, George Soros dizia:
“Se investir é entretenimento, e se você está se divertindo, provavelmente você não está ganhando dinheiro. O bom investimento é chato”
Por isso, manter uma carteira bem definida e diversificada é o melhor para o investidor comum.
Se você chegou até aqui, espero que esteja curtindo muito nosso conteúdo.
Não esqueça de ler nossos posts, tem muita informação de qualidade!