Quais empresas pertencem ao grupo Via?
O grupo Via, agora com o nome de Grupo Casas Bahia, tem sob seu comando empresas de varejo muito conhecidas pelo brasileiro.
A loja Ponto Frio (atualmente com o nomePonto), Casas Bahia, Extra Supermercados (hoje apenas online)
E por fim Bartira, fábrica de móveis, que fornece com exclusividade para as lojas da Casas Bahia.
Além delas, recentemente foram adquiridas empresas de tecnologia como o banQi (banco digital) e ASAP log (logística) para integrarem toda a operação da Via.
O que esperar da Via Varejo, agora Grupo Casas Bahia?
O cenário não é muito animador para a Via (VIIA3), que agora passa a se chamar Grupo Casas Bahia (BHIA3).
Para ficar mais didático, vamos manter aqui o nome mais antigo, Via Varejo, para não fazermos muita confusão.
Continuando, um ponto que atrapalha muito a Via Varejo é sua dívida bruta avaliada em R$ 3,7 bilhões, valor esse maior do que seu valor de mercado (R$ 2,3 bilhões).
E esse valor poderia ser muito maior se não fosse as sucessivas emissões para tentar reestruturar a empresa e fazer frente a esses empréstimos contraídos.
Contudo, as emissões para conseguir mais dinheiro acaba por tornar menor a participação do acionista.
Então, na prática se não é um movimento muito bem pensado e estruturado, o tiro sai pela culatra.
Isso ocorre porque se a situação não estiver boa, o investidor vai optar por não entrar nessa emissão.
Alem disso, os valores levantados podem ser muito menos do que o esperado e uma emissão frustrada é péssimo para a organização.
Leia Mais: Quanto ter de Vale3 para ganhar R$ 1000 reais em dividendos? Saiba AQUI
Como a Via Varejo conseguiu capital recentemente?
Em 2020, a Via Varejo, captou 4,4 bilhões para fortalecer o caixa da empresa e enfrentar os desafios logísticos que enfrentava, alem das já famosas dívidas.
Contudo, parece que a movimentação de estruturação logística não saiu tão bem quanto o esperado.
Depois disso, já em 2021, a empresa emitiu títulos (Debêntures) que são empréstimos, levantou pouco mais de R$ 1 bilhão.
Essa movimentação foi necessária para colocar para frente dívidas que já batiam à porta.
Mas o momento não foi o ideal, a taxa de juros alta e a situação complicada da empresa jogou os juros desse empréstimo para incríveis 18% ao ano.
Ainda por conta do cenário de elevação dos juros, a economia fraca e pouco consumo impactaram diretamente o resultado da empresa.
Porém, tudo não acaba por ai, em 2023, houve mais uma oferta de ações e pelo cenário atual a expectativa de levantamento de fundos foi frustrada.
Isso ocorreu porque esperavam que quase R$ 1 bilhão fosse levantado.
Contudo, pouco mais de R$ 650 milhões foi atingido.
No dia, seguinte a emissão as ações dispencaram.
Primeiro, o mercado se ajustou ao valor estabelecido na emissão.
Segundo, a frustração trouxe a tona o desinteresse dos investidores que fiz com que a ação negociasse abaixo de 0,80 centavos.
Por isso, todo esse cenário preocupa os quase meio milhão de investidores da varejista.
Há quem lucrou com a Via Varejo?
Mas vai aqui um contraponto, nem todo período recente da Via Varejo foi de tristeza para os acionistas.
Se você pegar o ano de 2019, que foi um ano bom para o varejo, as ações da Via cresceram 119%.
Logo depois, em 2020, ano da pandemia, cresceram 270%.
Esse último cenário foi favorecido por uma Selic em 2%, ou seja, muito estímulo ao consumo, somado aos auxílios concedidos pelo governo para que as pessoas não passassem por tanta dificuldade.
De outro modo, quem comprou depois disso, acreditando que o cenário de subida fosse se manter amargou grandes prejuízos.
Após a emissão frustrada de ações em 2023, os papéis da empresa acumulavam uma queda de mais de 92% para aqueles que mantiveram desde 2021.
Então, se você optou por comprar e segurar a ação por esse curto período, perdeu uma boa quantia.
Ao que parece, por não ter boas condições de acesso a crédito, somado aos prejuízos recorrentes, a Via Varejo aumenta e muito a possibilidade de recuperação judicial.
Lucros e margem negativa
Por falar em prejuízo, a situação financeira da varejista não é nada favorável.
A margem líquida atual da Via Varejo é negativa em 3,76%.
Isso quer dizer que se a empresa fatura R$ 100 reais, não entra nada como lucro.
Ao contrário, é como se ela tivesse perdendo $ 3,76 reais.
No geral, as margens do varejo são baixas.
Por isso, as empresas do setor tem que faturar bastante para ter algum lucro.
O caso da Via Varejo é preocupante.
Em relação ao lucro, de 2018 para cá, apenas o ano de 2020 foi positivo.
Movimento esse já explicado por conta da convergência de situações estimulantes no ano.
Há uma possibilidade de recuperação da Via Varejo?
A situação da empresa é muito difícil.
Acreditar numa saída breve é uma crença que provavelmente não vai se concretizar.
A não ser que ocorra um evento muito extraordinário, o que é pouco provável.
Na ótica do investidor, recuperar um prejuízo de queda no valor das ações não é tão simples.
Supondo que um investimento de R$ 1000 reais fosse realizado na Via Varejo em 2020 logo após as recentes altas do papel.
Na época, a cotação girava em torno de R$ 20 reais.
De lá para cá se você tivesse mantido a ação teria um prejuízo de quase 95%.
E não quer dizer que você precisa de uma alta dos mesmo 95% para ter todo o seu dinheiro de volta.
Isso porque se você tiver um aumento de 100% só teria R$ 100 reais de todo o capital investido.
Ou seja, ainda muito longe dos mil reais investidos.
Recuperar todo esse dinheiro com o tanto de incerteza que ronda a Via Varejo e o mercado é ser esperançoso demais.